NÃO É PROIBIDO CONSTRUIR PRÉDIOS EM VICENTE PIRES, MAS SÃO PROIBIDAS CONSTRUÇÕES QUE NÃO ATENDEM A NENUMA NORMA.
Para
que se construam obras legais em Vicente Pires, o governo precisa apenas criar
os parâmetros urbanísticos e dar condições ao Departamento de Licenciamento da
Administração Regional e à Central de Aprovação de Projetos (CAP) para trabalhar.
Esses
parâmetros já existem e foram aprovados nas diretrizes urbanísticas específicas
de regularização fundiária de Vicente Pires, a DIUP 01/2013. Nela já se prevê o
que poderá ser construído em cada rua, quantos andares e a forma de construção.
Seria uma coisa simples de se fazer se houvesse o interesse do governo, porém,
parece que ele apenas tem interesse em privilegiar alguns empresários
gananciosos, que continuam fazendo obras totalmente irregulares, que matam
sonhos e pessoas...
É
muito triste ver vidas se perdendo e uma cidade sendo totalmente desconstruída,
pela ganância de alguns empresários que visam unicamente o lucro fácil e a conivência
dos órgãos, que deveriam fiscalizar. Nesse meio, alguns poucos empresários
cumprem as normas do CREA, o que é lamentável e preocupante, sob o ponto de
vista da segurança das pessoas e da regularização urbana futura.
A
queda do prédio na Colônia Agrícola Samambaia, ocorrida no dia 20 de outubro último era prevista, pois a edificação foi construída em cima de uma nascente e
de antiga cratera feita pelas chuvas, um buraco de aproximadamente 40 metros de
largura por 3 metros de profundidade e uns 500 metros de comprimento, que foi
aterrado com entulhos.
O
que parecia ter sido somente perda material tornou-se perda humana, porém não
vai parar por aí, outros prédios poderão cair a qualquer momento. Muitos dos
que permanecem de pé, poderão converter o sonho dos compradores em pesadelo,
pois diante de incontáveis irregularidades na construção, dificilmente serão
regularizados.
Um
edifício dessas proporções jamais poderia ter sido construído naquele local,
porém, este não é o único, existem outros nas mesmas situações, construídos sem
estudo de solo, sem projeto de impacto de trânsito, sem estacionamento, sem
recuos e, para piorar, com invasão total da calçada e parte da rua.
Antes
de acontecer a queda deste edifício, a Administração Regional havia sido
alertada. Estava e está claro que, se se algo não for feito, outros vão cair e o
pânico se instalará de vez na cidade, porque os compradores de apartamentos e
lojas não possuem nenhuma garantia de que estejam seguros.
O
governo, por sua vez, tem conhecimento de tudo, inclusive das invasões das
calçadas e ruas pelas rampas dos edifícios, escadarias, sacadas e o fato de não
haver nenhum recuo para dentro dos lotes. O resultado que se tem dessa total
falta de controle é uma a cidade feia, transfigurada e totalmente sem
acessibilidade. Vale lembrar que, por falta desse item indispensável em nossas
vias, recentemente uma senhora da Rua 03-C de Vicente Pires, juntamente com seu
filho cadeirante, foram atropelados.
Não
somente a Administração Regional, mas a Agefis, CREA, Ministério Público e a
Delegacia local, todos sabem de tudo que acontece dentro de Vicente Pires e, como
sempre, estão esperando o leite entornar de vez.
Ninguém
dá a mínima porque os empresários são influentes e o negócio lucrativo, ganham
dinheiro fácil vendendo sonhos que serão pesadelos, pois a maioria dos prédios
jamais terá condições de ter a regularização.
Quem
deveria proteger a cidade, se une aos benefícios oferecidos em proveito
próprio, o que é lastimável sob o ponto de vista da luta comunitária. Todas as
associações de moradores deveriam ter este propósito, de servir
incondicionalmente e, infelizmente, não é o que ocorre.
Hoje,
de acordo com um levantamento da Administração Regional, Vicente Pires tem em
torno de 712 projeções que não possuem projetos aprovados e algumas não têm nem
os projetos arquitetônicos, muitas estão descumprindo todas as regras da
construção e muitas estão invadindo a rua...
Se
nenhuma atitude for tomada imediatamente, muitos prédios poderão cair, pois não
existe estudo do solo, não se cumpre a altura definida em cada área e muitos
estão sendo construídos em terrenos extremamente instáveis, como áreas de nascente
e de solo hidromórfico.
Diz-se
que o governo não tem forças para mudar o quadro atual, porém, cabe o seguinte
questionamento; como ele consegue, então, enfrentar comunidades inteiras e
derrubar casas gastando somas astronômicas? Isso é muito suspeito, mas perguntar
não é crime:
1 - Governador
e Agefis, será que não tem alguém levando vantagens para fazer vista grossa?
2 - Será
que não teria um grupo de fiscais cobrando taxas para fazer a primeira
notificação e assim os empresários teriam em mãos uma notificação para buscar
proteção da justiça?
3 - Será
que a Agefis não combina um teatro com alguns dos empresários, vem e apreende
alguns materiais, chama a mídia e depois não incomoda mais os construtores?
Pense
bem, caro leitor: hoje os fiscais notificam, apreendem materiais, mas amanhã
tudo continua normalmente, até terminar a obra e vender os apartamentos.
Estranho, não?
Por que,
com tanta força e com tanto aparato, com tantos advogados, o governo não
consegue derrubar uma liminar que apenas impede a Agefis de derrubar, porém não
dá o direito de continuar a construir, mas, mesmo assim, os prédios são
construídos até o fim? Quantos terão que morrer para que se tome uma atitude?
Diante
da inércia do governo, dos órgãos de fiscalização e das dúvidas e suspeitas
sobre a conivência do governo e, principalmente, porque Vicente Pires está
sendo desconstruída e se tornará em breve um lugar inabitável, com
desvalorização de tudo, não temos alternativa, senão unir forças e lutar para
conter as irregularidades.
É preciso
dar um basta na irresponsabilidade de gananciosos empresários e, principalmente,
na ausência do Estado, fazendo-se indispensável termos que enfrentar a justiça
para garantir nossa qualidade de vida. Nesse sentido, temos que exigir que a
CLDF, GDF, CREA, Ministério Público, AGEFIS, Creci e a Polícia tomem uma
posição.
Felizmente,
alguns edifícios antigos e habitados podem ser adaptados às normas, sendo
necessário adequá-los com vistas à regularização, para que os moradores não
fiquem prejudicados por empresários e um governo inerte e conivente com
irregularidades e crimes.
Gilberto
Camargos
Parabens Gilberto! cada dia ganha minha admiração e respeito.
ResponderExcluirMatou só uma só cavar um buraco e fazer o enterro
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