sexta-feira, 27 de outubro de 2017

CONIVÊNCIA DO GOVERNO MATOU E PODE MATAR MAIS EM VICENTE PIRES

NÃO É PROIBIDO CONSTRUIR PRÉDIOS EM VICENTE PIRES, MAS SÃO PROIBIDAS CONSTRUÇÕES QUE NÃO ATENDEM A NENUMA NORMA.



GOVERNADOR VOCE É O CULPADO! 
PORQUE OS MORADORES TEM QUE PAGAR A CONTA? 
VOCE FEZ VISTA GROSSA PARA AS CONSTRUÇÕES? 
VOCÊ DEIXOU VENDER OS APARTAMENTOS? 
ENTÃO AGORA BANQUE AS ADEQUAÇÕES E REGULAMENTE OS PRÉDIOS QUE VOCÊ E SUA EQUIPE PERMITIU...

PORQUE VOCES NÃO APARECERAM ANTES DE CAIR UM PRÉDIO E MATAR UMA PESSOA?

Isso tudo não passa de um teatro, porque se não tivesse caído o prédio, tudo estaria correndo normalmente...

Para que se construam obras legais em Vicente Pires, o governo precisa apenas criar os parâmetros urbanísticos e dar condições ao Departamento de Licenciamento da Administração Regional e à Central de Aprovação de Projetos (CAP) para trabalhar.

Esses parâmetros já existem e foram aprovados nas diretrizes urbanísticas específicas de regularização fundiária de Vicente Pires, a DIUP 01/2013. Nela já se prevê o que poderá ser construído em cada rua, quantos andares e a forma de construção. Seria uma coisa simples de se fazer se houvesse o interesse do governo, porém, parece que ele apenas tem interesse em privilegiar alguns empresários gananciosos, que continuam fazendo obras totalmente irregulares, que matam sonhos e pessoas...

É muito triste ver vidas se perdendo e uma cidade sendo totalmente desconstruída, pela ganância de alguns empresários que visam unicamente o lucro fácil e a conivência dos órgãos, que deveriam fiscalizar. Nesse meio, alguns poucos empresários cumprem as normas do CREA, o que é lamentável e preocupante, sob o ponto de vista da segurança das pessoas e da regularização urbana futura.

A queda do prédio na Colônia Agrícola Samambaia, ocorrida no dia 20 de outubro último era prevista, pois a edificação foi construída em cima de uma nascente e de antiga cratera feita pelas chuvas, um buraco de aproximadamente 40 metros de largura por 3 metros de profundidade e uns 500 metros de comprimento, que foi aterrado com entulhos.

O que parecia ter sido somente perda material tornou-se perda humana, porém não vai parar por aí, outros prédios poderão cair a qualquer momento. Muitos dos que permanecem de pé, poderão converter o sonho dos compradores em pesadelo, pois diante de incontáveis irregularidades na construção, dificilmente serão regularizados.

Um edifício dessas proporções jamais poderia ter sido construído naquele local, porém, este não é o único, existem outros nas mesmas situações, construídos sem estudo de solo, sem projeto de impacto de trânsito, sem estacionamento, sem recuos e, para piorar, com invasão total da calçada e parte da rua.

Antes de acontecer a queda deste edifício, a Administração Regional havia sido alertada. Estava e está claro que, se se algo não for feito, outros vão cair e o pânico se instalará de vez na cidade, porque os compradores de apartamentos e lojas não possuem nenhuma garantia de que estejam seguros.

O governo, por sua vez, tem conhecimento de tudo, inclusive das invasões das calçadas e ruas pelas rampas dos edifícios, escadarias, sacadas e o fato de não haver nenhum recuo para dentro dos lotes. O resultado que se tem dessa total falta de controle é uma a cidade feia, transfigurada e totalmente sem acessibilidade. Vale lembrar que, por falta desse item indispensável em nossas vias, recentemente uma senhora da Rua 03-C de Vicente Pires, juntamente com seu filho cadeirante, foram atropelados.

Não somente a Administração Regional, mas a Agefis, CREA, Ministério Público e a Delegacia local, todos sabem de tudo que acontece dentro de Vicente Pires e, como sempre, estão esperando o leite entornar de vez.

Ninguém dá a mínima porque os empresários são influentes e o negócio lucrativo, ganham dinheiro fácil vendendo sonhos que serão pesadelos, pois a maioria dos prédios jamais terá condições de ter a regularização.

Quem deveria proteger a cidade, se une aos benefícios oferecidos em proveito próprio, o que é lastimável sob o ponto de vista da luta comunitária. Todas as associações de moradores deveriam ter este propósito, de servir incondicionalmente e, infelizmente, não é o que ocorre.

Hoje, de acordo com um levantamento da Administração Regional, Vicente Pires tem em torno de 712 projeções que não possuem projetos aprovados e algumas não têm nem os projetos arquitetônicos, muitas estão descumprindo todas as regras da construção e muitas estão invadindo a rua...

Se nenhuma atitude for tomada imediatamente, muitos prédios poderão cair, pois não existe estudo do solo, não se cumpre a altura definida em cada área e muitos estão sendo construídos em terrenos extremamente instáveis, como áreas de nascente e de solo hidromórfico.

Diz-se que o governo não tem forças para mudar o quadro atual, porém, cabe o seguinte questionamento; como ele consegue, então, enfrentar comunidades inteiras e derrubar casas gastando somas astronômicas? Isso é muito suspeito, mas perguntar não é crime:
1 - Governador e Agefis, será que não tem alguém levando vantagens para fazer vista grossa?
2 - Será que não teria um grupo de fiscais cobrando taxas para fazer a primeira notificação e assim os empresários teriam em mãos uma notificação para buscar proteção da justiça?
3 - Será que a Agefis não combina um teatro com alguns dos empresários, vem e apreende alguns materiais, chama a mídia e depois não incomoda mais os construtores?

Pense bem, caro leitor: hoje os fiscais notificam, apreendem materiais, mas amanhã tudo continua normalmente, até terminar a obra e vender os apartamentos. Estranho, não?

Por que, com tanta força e com tanto aparato, com tantos advogados, o governo não consegue derrubar uma liminar que apenas impede a Agefis de derrubar, porém não dá o direito de continuar a construir, mas, mesmo assim, os prédios são construídos até o fim? Quantos terão que morrer para que se tome uma atitude?

Diante da inércia do governo, dos órgãos de fiscalização e das dúvidas e suspeitas sobre a conivência do governo e, principalmente, porque Vicente Pires está sendo desconstruída e se tornará em breve um lugar inabitável, com desvalorização de tudo, não temos alternativa, senão unir forças e lutar para conter as irregularidades.

É preciso dar um basta na irresponsabilidade de gananciosos empresários e, principalmente, na ausência do Estado, fazendo-se indispensável termos que enfrentar a justiça para garantir nossa qualidade de vida. Nesse sentido, temos que exigir que a CLDF, GDF, CREA, Ministério Público, AGEFIS, Creci e a Polícia tomem uma posição.

Felizmente, alguns edifícios antigos e habitados podem ser adaptados às normas, sendo necessário adequá-los com vistas à regularização, para que os moradores não fiquem prejudicados por empresários e um governo inerte e conivente com irregularidades e crimes.

Gilberto Camargos

2 comentários: