As obras de drenagem, em especial, já deveriam estar bem avançadas
Obras da Rua 03B em passos de tartaruga
Rua 4C com melhor andamento, mas muito devagar
A estação chuvosa está perto de chegar e as obras de infraestrutura, tão esperadas, não conseguem deslanchar. Diante disso, a população já sabe o que esperar a partir de outubro próximo: o velho enfrentamento aos buracos nas vias, alagamentos, prejuízos e riscos a pessoas e imóveis.
Percebe-se muita dificuldade na gestão dessas obras por parte da Secretaria de Obras (agora SINESP) e da NOVACAP, sobretudo porque se sabe que é preciso cumprir metas de execução para receber os repasses de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estabelecendo-se o chamado fluxo executivo-financeiro. Como as obras não seguem o ritmo e a regularidade esperada, a Caixa Econômica Federal também não repassa os recursos para o GDF pagar as empresas.
O resultado é o travamento
de todo o processo. O governo ainda informa que as empresas contratadas não
conseguem adentrar nos condomínios e chácaras, como, por exemplo, para construir
as tais bacias de contenção de águas pluviais e os lançamentos nos córregos. Já
nos condomínios onde já existem pavimentação e drenagem, ninguém quer aceitar
novas obras onde tudo já estaria (em tese) pronto.
Mas, será que o
Governo está mesmo envidando todos os esforços para cumprir as metas? Mesmo que
concordemos que há dificuldades de execução, sabemos que o Estado tem meios
legais para fazê-las, utilizando-se do seu poder-dever de agir em prol da
coletividade.
Outra situação de
atraso é a necessidade de ajustar projetos, previstos na própria licitação. Nas
regras do edital consta que, sempre que determinada dificuldade na execução
surgir, uma equipe de técnicos se debruçará sobre o problema, para adaptar o
projeto à realidade. Por exemplo, se não for possível passar uma galeria
pluvial por um condomínio ou chácara, interrompe-se tudo e se discute o que
fazer.
Para evitar tantas
interrupções, uma força-tarefa envolvendo governo, empresas licitantes e
representantes da comunidade poderia estar atuando previamente junto aos locais
de difícil execução, para negociar com os responsáveis. Na questão das bacias de águas pluviais nas
chácaras, por exemplo, algumas alternativas sugeridas por chacareiros poderão
ser consideradas.
Os condomínios que
já têm águas pluviais, pavimentação ecológica e outras benfeitorias também deveriam
estar sendo mapeados e contactados, para verificar a possibilidade de
adequação. No Setor Jóquei, este foi um ponto nevrálgico. Certamente, tais
conversas prévias contribuiriam para explicar aos síndicos as intervenções
previstas, visando se alcançar um entendimento.
Segundo Gilberto Camargos, presidente da Associação de Moradores de Vicente Pires e Região (AMOVIPE), o interesse político-eleitoral por parte do atual governo também contribui para o atraso, pois o governo está protelando a execução agora, para dar um salto com os serviços em 2018. Mas, por mais que esse componente político também exista, já estamos às portas do ano eleitoral e quase nada se vê em termos de obras para encher os olhos dos eleitores.
Chegamos à
conclusão, então, que as obras não deslancham porque há dificuldades de condução
do processo por parte do Governo. Trocando em miúdos, o Governo de Brasília
precisa de fato priorizar as obras de Vicente Pires como uma de suas metas e
atuar a todo vapor para executá-las. De nossa parte, os interessados, também
devermos ser mais colaborativos e participativos, para ajudarmos a engrenagem a
funcionar.
Até o próximo mês e um grande abraço!
(*) Geraldo Oliveira é blogueiro em Vicente Pires, Vice-Presidente
da AMOVIPE e servidor de carreira da Câmara Legislativa.
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